Com 99,5% de originalidade, Voyage LS 1981 conquista placa preta (Foto: Camilo Fontana/G1)
Quanto ao estado de conservação, sedã atingiu 96,5% (Foto: Camilo Fontana/G1)1º Encontro
Chegar ao Voyage não demorou muito. Dono de uma Parati restaurada com as próprias mãos, Fontana queria aumentar sua família de carros da linha Gol, que tem linhas “simples e marcantes”, na sua opinião. O desejo pela primeira geração desses modelos era tanto que Fontana ia fotografando os diversos exemplares que encontrava pela rua, até que em um dia de março de 2010, pelo retrovisor do seu carro, encontrou o modelo das fotos.
Versão LS era a intermediária da época (Foto: Camilo Fontana/G1)99,5% de originalidade
Com o carro em mãos, o colecionador se apressou em tirar a tão desejada placa preta. Engana-se, no entanto, que foi preciso restaurá-lo para conquistar a certificação. “O carro não foi restaurado. Nada. Nem interior, mecânica, lataria, bancos...só recebeu um polimento e uma boa limpeza”, explica.
Atualmente, o Voyage está com 76 mil km rodados e tem muitas peças de desgaste natural originais ainda , segundo o proprietário. Juntas de tampa cabeçote, cabos de vela, distribuidor, vidros, rodas e até um estepe sem uso. Assim, não foi difícil conquistar a placa preta: dos 80% de originalidade mínimos para ganhar a nova identificação, o Voyage de Camilo obteve 99,5%. O meio ponto porcentual? “Ele tem apenas uma bateria selada, enquanto na época eram baterias com manutenção. Isso me tirou o 0,5% que falta para os 100% de originalidade”, se orgulha Fontana. Em relação à conservação, o sedã atingiu 96,5%.
Modelo mantém estado impecável também no interior (Foto: Camilo Fontana/G1)Aprecie com moderação
O uso do Voyage, no entanto, é restrito. Fontana prefere não correr riscos com possíveis acidentes ou furtos, que segundo ele têm aumentado em Curitiba. “Seria falta de respeito com o carro arriscar tanto assim’, filosofa o dono do sedã. Mas, quando coloca o carro para rodar – aos finais de semana ou para participar de encontros de carros antigos –, vê sua dedicação recompensada: “São impressionantes o torque e o silêncio do carro. É mais fácil escutar o rolamento dos pneus do que o motor funcionando a 80 km/h. Gosto também da leveza da direção e os engates do câmbio”.
Linhas retas prevaleciam nos anos 80 (Foto: Camilo Fontana/G1)
O Voyage LS 1981 de Fontana ainda com a placa amarela (Foto: Camilo Fontana/G1)
O Voyage de Camilo é considerado o primeiro a conquistar placa
preta. Mas não há como ter certeza: a falta de um órgão centralizador
que reúna todos os certificados impede que se tenha registro de todos os
veículos com placa preta no país. Segundo a Federação Brasileira de
Veículos Antigos (FBVA), há o pedido de um C.O. para um Voyage LS 1982,
do Rio de Janeiro.
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